“Ela sonha com o cara perfeito. Aquele cara que não vai ter só a embalagem, mas sim o conteúdo. Ela sonha com o cara que vai pedir sua mão em um jantar a luz de velas, e vai leva-lá para conhecer a família dele. Ela quer ter filhos com o cara perfeito, e construir uma vida ao lado dele. Ela quer… Mentira. Ela não queria isso, porque ela não acredita mais em príncipe encantado. Sabe do que ela gosta mesmo? Do sapo. Ela quer o sapo, porque sabe que príncipes encantados são um saco. Ela quer aquele cara com o cabelo todo bagunçado, e com aquelas calças com o fundo lá em baixo. Ela quer ele com aquele casaco que protege qualquer um do frio. Ela quer que ele esteja lá para abraça-lá e dizer que tudo vai passar, ou apenas para ficarem deitados de conchinha e ele falar besteiras no ouvido dela só pra arrancar um sorriso bobo dela. Ela quer cozinhar pra ele - ou pelo menos tentar -, e quer mais ainda que por mais que cozinhar não seja um de seus dotes, ela quer que ele diga que a comida está ótima, e que depois da primeira garfada olhe pra ela com uma cara de tonto e comece a rir. Ela quer que ele diga para todos os amigos: “Aquela é a minha mulher” e tenha orgulho dela. Ela quer que ele seja o sapo dela, só dela e de mais ninguém. Ela só quer que seja a coisa certa, com o cara errado. Porque venhamos e convenhamos, o cara certo é um saco.”